Por
Gislaine Medeiros Menegaz
Thayse Delfino
Gislaine Medeiros Menegaz
Thayse Delfino
Para manter o organismo vivo e realizar tarefas físicas e mentais, nossas células necessitam de um fornecimento constante de oxigenio e nutrientes, principalmente na forma de glicose. Cabe ao sistema cardiorespiratório (pulmão, coração e circulação sanguínea) fornecer esses elementos vitais ao organismo e eliminar os subprodutos das reações químicas celulares, principalmente gás carbonico, ácido lático e calor produzido pelas reções químicas.
Durante trabalho muscular das mais variadas formas é imprescindível uma eficiência neste sistema para manter a atividade com mais eficácia e menos fadiga. A aptidão cardiorespiratória ou resistência aeróbica, reflete esta eficiência sendo de fundamental importância, tanto em atividades da vida diária, assim como em práticas esportivas. A aptidão cardiorespiratória, que é o produto da prática regular de exercício físico, depende pois, das qualidades específicas do sistema de transporte de oxigênio -coração, pulmões, sangue e vasos sanguíneos, e da capacidade das fibras musculares de utilizarem o oxigênio transportado para produzir energia (NAHAS, 2003). Existe, porém, um componente genético que deve ser levado em conta, sendo que, alguns indivíduos que submetidos a um programa de treinamento vão ser muito mais responsivos e apresentaräo, com isso, um maior ganho que os demais. Mas, isso não serve de desculpa para a grande maioria que deseja melhorar sua condição para uma melhora na qualidade de vida pois, mesmo não tendo uma genética favorável, pode ser responsivo para este tipo de treinamento.
Segundo MACARDLE, 2008 estes são os benefícios de um treinamento cardiorepiratório regular:
1) Aumento no volume plasmático; 2) Aumento massa de hemácias; 3) Aumento volume sanguíneo total; 4) Aumento complacência ventricular; 5) Aumento dimensões ventriculares internas; 6) Aumento do retorno venoso; 7) Aumento da contratilidade miocárdia; 8) Aumento do volume diastólico terminal; 9) Aumento da fração de ejeção; 10) Aumento do volume sistólico máximo; 11) Aumento do débito cardíaco máximo; 12) Maior eficiência de distribuição do débito cardíaco; 13) Otimização do fluxo sanguíneo periférico; 14) Maior fluxo sanguíneo para o músculo ativo.
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA, RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA, CONSELHOS PARA A PRÁTICA DESPORTIVA
É importante sabermos os benefícios que as atividades físicas nos proporcionam:
- Redução do risco de doenças cardiovasculares.
- Redução de diabetes e hipertensão.
- Redução de alguns tipos de cancro.
- Melhoria da capacidade funcional.
- Melhoria da postura.
- Melhoria da aptidão para a atividade físicas diárias
- Capacidade para lidar com as situações de stress.
- Aumento da esperança media de vida.
- Prevenção da osteoporose
- Melhoria do humor, redução dos sintomas de depressão e ansiedade.
- Manutenção do peso ideal, prevenindo a obesidade.
- Sono mais repousaste.
- Retardo do processo de envelhecimento.
- Facilita o metabolismo de açúcares e gorduras.
- Menor queixa de dores de coluna.
A Resistência cardiorespiratória é bastante importante na realização de exercício físico e ate mesmo no quotidiano. Pode ser treinada para se obterem melhores resultados: para que se consiga obter maior resistência respiratória, os exercícios aeróbios (natação, ciclismo, jogging) devem ser executados com uma intensidade determinada pela freqüência cardíaca, de forma regular e de maneira continua, durante pelo menos 30 minutos, entre 3 a 5 vezes por semana.
A freqüência cardíaca deve ficar entre 65% e 80% da freqüência cardíaca máxima.
É calculada da seguinte forma:
220 - idade da pessoa = Freqüência cardíaca máxima
Freqüência cardíaca máxima x 0,7 = freqüência cardíaca ideal para a atividade aeróbia
O desporto, na verdade traz muitos benefícios, no entanto não deve ser praticado sem orientação e deve seguir determinados parâmetros importantes para o nosso bem-estar.
Conselhos para a prática:
- Praticar pelo menos 3 vezes por semana
- Sessões de pelo menos 20 minutos
- O exercício deve solicitar vários grupos musculares
- As atividade devem ser moderadas e prolongadas no tempo.
- Duração e freqüência da atividade física devem aumentar lenta e progressivamente.
- Os programas devem iniciar-se na infância, para se obterem melhores resultados.
- Antes de iniciar a prática deve realizar-se um exame médico prévio.
- O exercício físico deve ser planeado e orientado por especialistas (enfermeiros, professores de E.D.F., fisioterapeuta).
- Deve transformar-se o exercício numa fonte de lazer.
- Fazer os alongamentos e o devido aquecimento antes de praticar qualquer exercício.
- Exercitar-se até se sentir “agradavelmente” cansado.
- Procurar os exercícios mais adequados para as características do seu corpo.
- Não se descuidar na hidratação.
- É importante a ingestão de vitamina C, E, A e do complexo B; minerais como potássio, sódio, ferro, zinco.
Dicas para melhorar sua capacidade respiratória nas corridas
Frequentemente ouvimos alguns corredores reclamarem que perdem facilmente o fôlego quando correm ou que cansam rapidamente e não conseguem correr longas distâncias sem parar.

Teste de Capacidade Respiratória (VO2)
Correr regularmente promove o condicionamento do seu sistema respiratório e cardiovascular. Na prática, isso quer dizer que você terá cada vez mais fôlego para fazer exercícios e seu coração e circulação sanguínea trabalharão com menor sobrecarga ao fazer esforço físico.
A regra mais importante a seguir é: corra regularmente!! Se você ainda não está correndo pelo menos três vezes por semana, estabeleça esta meta imediatamente.
Pode ser que você esteja correndo em um ritmo muito rápido, maior do que seu condicionamento atual permite. Minha sugestão é reduzir a velocidade nos próximos treinos. Mesmo que parece lento demais. Faça testes aumentando o passo de 30 em 30 segundos e veja se fica menos ofegante. Exemplo: se corria em 6’30″/Km, experimente fazer 7′/Km na próxima corrida.
Outra alternativa é incluir pausas de caminhada nos seus treinos de corrida. Comece correndo a uma taxa 3 para 1, ou seja, para cada minuto de caminhada, corra três minutos e vá aumentando.
Seguindo estas orientações, certamente sua capacidade respiratória melhorará e poderá correr com tranquilidade distâncias cada vez maiores.
Artigo_EFEITO DA RESISTÊNCIA RESPIRATÓRIA NA VENTILAÇÃO
http://www.4shared.com/get/cnTFxoTF/Artigo_EFEITO_DA_RESISTNCIA_RE.html
Artigo_EFEITO DA RESISTÊNCIA RESPIRATÓRIA NA VENTILAÇÃO
http://www.4shared.com/get/cnTFxoTF/Artigo_EFEITO_DA_RESISTNCIA_RE.html
Porquê o Treino Cardiorrespiratório?
Aptidão Cardiorrespiratória é definida pelo ASCM, (2003) como a “capacidade de realizar um exercício dinâmico de intensidade moderada a alta, utilizando grandes grupos musculares por longos períodos de tempo”. Os baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória estão associados com maior risco por morte prematura de todas as causas, principalmente cardiovascular. Os aumentos nos níveis de aptidão cardiorrespiratória estão associados com redução de mortes por todas as causas. Os altos níveis de aptidão cardiorrespiratória estão associadas níveis mais altos de atividade física habitual, que por sua vez estão associados aos vários benefícios para promoção da saúde.
Algumas considerações para a prescrição de programas de treino cardiovascular
Tipo de exercício – exercício que solicite os grandes grupos musculares em atividades de carácter dinâmico e aeróbias por natureza. Ex: natação, corrida, ciclismo, marcha, etc.
Intensidade - 55/65 a 90% da FCmáx, ou 40/50 a 85% da FCR.
Duração - 20 a 60 minutos de exercício contínuo ou intermitente (mínimo de 10 minutos em cada período).
Frequência – 3 a 5 vezes por semana.
Existem inúmeras propostas para o treino cardiovascular tendo em conta diferentes objetivos.
Apresentamos 3 diferentes propostas para a intensidade de treino em função da Frequência Cardíaca:
Fonte: American College of Sports Medicine; Garganta, (2003); Tavares e col., (2005); Themudo e col., (1997)
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA (Leonardo de Arruda Delgado )
1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste material é apresentar, através de uma revisão de literatura, as diversas formas (protocolos e métodos) existentes, para a realização de uma avaliação da aptidão cardiorrespiratória, além de mostrar como proceder para a prescrição de exercícios aeróbicos com segurança e cientificidade, através de parâmetros fisiológicos.
A Aptidão Cardiorrespiratória sendo, sem duvida o aspecto que deve receber maior atenção quando se trata de Avaliação da Aptidão Física Relacionada à Saúde, é entendida como a capacitação de se realizar trabalho e depende da eficiência dos sistemas: respiratório, cardiovascular, de componentes sanguíneos adequados, além dos componentes celulares específicos que ajudam o corpo a utilizar oxigênio durante o exercício.
Sua melhoria e manutenção situam-se entre os principais objetivos de qualquer programa sistemático de exercícios. Uma adequada aptidão cardiorrespiratória está associada a uma menor ocorrência de distúrbios orgânicos. Entre eles podemos citar a hipertensão arterial, a doença arterial coronariana, a diabetes melito, as hiperlipidemias e a obesidade.
Autores como GUEDES & GUEDES (1995), apud MONTEIRO (2001, p.87), relatam que os indivíduos cuja aptidão cardiorrespiratória exibe níveis mais elevados tendem a apresentar maior eficiência nas atividades do cotidiano e a recuperar-se mais rapidamente, após a realização de esforços físicos mais intensos. De fato, uma boa condição cardiorrespiratória diminui as demandas miocárdica e geral para atividades submáximas, representando uma economia que se traduz por uma maior capacidade de trabalho e aproveitamento das horas de lazer com redução dos riscos de doenças.
Existe um consenso entre os autores FOX (1979 & 1991), WEINECK (1986, 1991 & 1999), McARDLE (1992), POLLOCK (1993), GOMES (1995), LEITE (1996) & MONTEIRO (2000 & 2001), no sentido de se atribuir ao VO2 Máx, a função de medida mais representativa da aptidão cardiorrespiratória, pois, em geral, ele resume o que ocorre no sistema de transporte de oxigênio, podendo também ser chamado de potência aeróbica máxima.
2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL
De acordo com MARINS (2003, p.147) a avaliação funcional representa a mensuração e interpretação da capacidade de mobilização metabólica (bioenergética) a partir do resultado obtido de um protocolo (teste) específico.
2.1 Objetivos de uma avaliação funcional
O principal objetivo, para a realização de uma avaliação funcional, inclui a investigação do processo de adequação dos ajustes fisiológicos às demandas metabólicas que ultrapassam as necessidades de repouso que representam a identificação da capacidade aeróbica máxima do avaliado. É possível encontrar outros objetivos, a partir dos dados coletados do teste ergométrico, entre eles:
• Identificação da capacidade aeróbica máxima;
• Observação do comportamento do ECG durante o esforço progressivo;
• Possibilitar a correta prescrição de exercícios baseados nos resultados, adequado volume e intensidade para a atividade a ser desenvolvida;
• Servir como parâmetro comparativo do grau de evolução do treinamento físico, quando aplicado de forma regular.
Avaliacao Cardiorespiratoria (VENTILOMETRIA)
A determinação do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) como um parâmetro da prescrição dos exercícios físicos aeróbicos ou mesmo na classificação da aptidão física, assim como, a utilização da freqüência cardíaca máxima (FCmáx) na determinação das intensidades de treinamento e no controle dos mesmos, são considerados de fundamental importância.
O consumo de oxigênio (VO2) tem sido de grande valia na avaliação funcional. A ergoespirometria é um procedimento não invasivo, utilizado para avaliar o desempenho físico ou a capacidade funcional de um indivíduo, conciliando a análise de gases espirados e variáveis respiratórias. No esporte, esse método de avaliação é de fundamental importância, pois traz significativa contribuição na verificação de índices de aptidão cardiorrespiratória, como é o caso do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) e o limiar anaeróbio (LA).
Esse método tem sido útil na determinação de fatores ligados a indicadores preditores de aptidão fisica, identificação de intolerância ao exercício, determinantes de transição metabólica, prescrição de intensidade do exercício, índices de eficiência respiratória , cardiovascular e gasto energético.
O consumo de oxigênio (VO2) tem sido de grande valia na avaliação funcional. A ergoespirometria é um procedimento não invasivo, utilizado para avaliar o desempenho físico ou a capacidade funcional de um indivíduo, conciliando a análise de gases espirados e variáveis respiratórias. No esporte, esse método de avaliação é de fundamental importância, pois traz significativa contribuição na verificação de índices de aptidão cardiorrespiratória, como é o caso do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) e o limiar anaeróbio (LA).
Esse método tem sido útil na determinação de fatores ligados a indicadores preditores de aptidão fisica, identificação de intolerância ao exercício, determinantes de transição metabólica, prescrição de intensidade do exercício, índices de eficiência respiratória , cardiovascular e gasto energético.
O que é VO2 ?
(Carlos Alberto C. Hossri e Marcelo Jacó Rocha)
Apesar de cada vez mais conhecidos os benefícios do exercício físico, algo entre 70% e 80% da população continua sedentária. O órgão científico que estuda a padronização dos testes ergométicos e ergoespirométricos é o Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que vêm demonstrando a importância da atividade física regular na saúde pública e na prevenção de inúmeras doenças, especialmente as do sistema cardiocirculatório.
Assim, a prática de exercícios físicos vem se tornando cada vez mais freqüente. Várias evidências científicas demonstram que indivíduos bem condicionados (que praticam esporte regularmente) têm menor mortalidade por doenças cardiovasculares.
A melhor forma de avaliar o condicionamento físico é mediante o teste cardiopulmonar de exercício, também conhecido como ergoespirometria. Nesse exame, pelo estudo do ar exalado, analisamos o comportamento dos sistemas respiratório, cardiovascular e muscular durante o exercício. Entre as inúmeras informações, uma das mais importantes é a mensuração do consumo máximo de oxigênio, o famoso VO2 máx.

Vários são os determinantes do VO2: funcionamento dos órgãos envolvidos diretamente na oferta de O2 aos tecidos (coração, vasos sanguíneos e pulmão), o tipo e a intensidade do exercício, o sexo (é maior nos homens), a idade (diminui com a idade), e o peso, a altura e a composição corporal (indivíduos com maior massa muscular têm maior VO2). Apesar de todas essas variáveis, o principal determinante parece ser genético. Isso explica porque alguns atletas têm condicionamento físico diferente, mesmo quando submetidos a treinamentos semelhantes.
E qual é a sua importância? Tem sido demonstrado que o VO2 máx é o melhor parâmetro para a avaliação da potência aeróbica (quanto mais bem condicionado o indivíduo, maior é seu VO2 máx).
Estudos demonstram o poder do VO2 máx como um dos mais fortes preditores do risco de acidentes vasculares cerebrais. A obtenção do VO2 máx pelo teste cardiopulmonar é indispensável na indicação de pacientes para transplante cardíaco ou cardiopulmonar e para cirurgias de ressecção pulmonar.
Existem outros parâmetros relacionados ao VO2 que demonstram a evolução da potência aeróbica: são os chamados limiares ventilatórios (limiar anaeróbico I e II), que consistem em momentos metabólicos distintos durante o teste cardiopulmonar e a capacidade de remoção do ácido láctico.
A razão do VO2 no limiar anaeróbico e o VO2 máx determina o grau de ondicionamento físico de um indivíduo. Assim, essa razão abaixo de 40% indica uma provável patologia, abaixo de 50% sedentários, entre 50% e 60% ativos, entre 60% e 70% treinados, acima de 70% atletas bem condicionados. Os valores de VO2 nos limiares ventilatórios determinam as faixas ideais de treinamento físico para diferentes indivíduos.
Em nosso serviço, avaliam-se rotineiramente atletas e pacientes, antes e depois de programas de condicionamento físico, na prevenção primária e secundária, especialmente nos programas de reabilitação cardíaca pulmonar e metabólica.
Após os programas de treinamento e de reabilitação, pode-se observar o retardamento desses limiares e a nítida melhora da capacidade física objetivamente expressa pelo incremento no VO2 máx, na razão do VO2 no LV1 sobre o VO2 máx e o tempo de exercício.
Fisioterapia Cardiorespiratória
O Setor de Fisioterapia Respiratória e Reabilitação Cardíaca da Clínica Escola Maria Auxiliadora, presta assistência de alto nível, com metas definidas a curto, médio e longo prazo de modo individualizado a pacientes portadores de doenças pulmonares restritivas e obstrutivas, cardiopatias, coronariopatias ou com fator de risco e complicações respiratórias. Tendo seu tratamento estabelecido através da análise da força e resistência muscular respiratória, volumes e capacidades pulmonares, grau de obstrução das vias aéreas, tolerância ao exercício, expansibilidade torácica e ângulos do tórax, utilizando as seguintes ferramentas: Manovacuometria, Ventilometria e Peak Flow.
Uma visão atual muito importante é a descoberta de pacientes com dispnéia não explicada, em pacientes com miopatia mitocondrial , nos quais seus sintomas estavam correlacionados a mialgia e fraqueza muscular e/ou dispnéia e o teste de esforço cardiopulmonar mostra resposta hipercirculatória visto pela elevação acentuada da freqüência cardíaca e de hiperventilação,caracterizada por um aumento importante dos equivalentes ventilatórios tanto de oxigênio como de gás carbônico. Estima-se também uma alta incidência dessa patologia, em torno de pelo menos 8.5% na população do centro da clínica de dispnéia da Universidade de Michigan.
Fisioterapia Cardiorespiratória
O Setor de Fisioterapia Respiratória e Reabilitação Cardíaca da Clínica Escola Maria Auxiliadora, presta assistência de alto nível, com metas definidas a curto, médio e longo prazo de modo individualizado a pacientes portadores de doenças pulmonares restritivas e obstrutivas, cardiopatias, coronariopatias ou com fator de risco e complicações respiratórias. Tendo seu tratamento estabelecido através da análise da força e resistência muscular respiratória, volumes e capacidades pulmonares, grau de obstrução das vias aéreas, tolerância ao exercício, expansibilidade torácica e ângulos do tórax, utilizando as seguintes ferramentas: Manovacuometria, Ventilometria e Peak Flow.
Ergoespirometria
A ergoespirometria ou teste de esforço cardiopulmonar é uma metodologia não invasiva que mede a capacidade do corpo de realizar as trocas gasosas, dando uma avaliação objetiva da capacidade e ou/ limitação ao exercício físico. Esta análise por sistemas computadorizados extremamente precisos e em tempo real, é realizada através do registro de importantes variáveis tanto metabólicas quanto respiratórias, tais como o consumo pico de oxigênio (VO2 pico), em ml/kg-1.min-1 e em l/min,consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) em ml/kg-1.min-1 e em l/min,dióxido de carbono (VCO2),em ml.min-1,ventilação pulmonar (VE),em l.min-1,freqüência respiratória (FR) em rpm, equivalente ventilatório de oxigênio (VE/VO2), equivalente ventilatório de dióxido de carbono (VE/VCO2), razão de troca respiratória entre a produção de dióxido de carbono e o consumo de oxigênio (VCO2/VO2), pressão parcial de oxigênio ao final da expiração (PetO2), em mmH.,pressão parcial de dióxido de carbono ao final da expiração (PetCO2), em mmHg, fração expirada de oxigênio (FEO2) em %, fração expirada de dióxido de carbono (FECO2) em % e razão entre o espaço morto funcional estimado e o volume corrente (Vd/Vt), enriquecendo sobremaneira e fornecendo uma compreensão mais ampla das respostas clínicas, eletrofisiológicas e hemodinâmicas indiretas proporcionadas pelo exercício físico progressivo e dinâmico, comparadas a ergometria convencional.
Esta metodologia também permite avaliar a dispnéia causada por problemas circulatórios ou ventilatórios, a capacidade física de indivíduos normais e de pacientes e estabelece de forma segura a orientação para a prescrição de exercício físico.
O consumo máximo de O2 é definido como a quantidade máxima de O2 que o organismo pode absorver da atmosfera para os alvéolos, transportando,liberando e utilizando o O2 nos tecidos. Ao mesmo tempo, ele representa o nível de atividade física do indivíduo, que representa a reserva máxima do sistema cardiovascular, Segundo Taylor o mesmo é atingido quando ao aumentar-se a inclinação da esteira em 2.5%, o consumo de O2 permanece estável e/ou quando sua elevação é menor do que 150 ml O2/minuto . Ao atingir-se o VO2 máximo, a capacidade de transportar e utilizar o O2 através da oxidação celular, desde a atmosfera até os níveis teciduais e que compreende a produção energética dos compostos trifosforados do ciclo de Krebs a nível mitocondrial, torna-se insuficiente para suprir o aumento da demanda energética imposta pelo exercício físico. No entanto, se o indivíduo testado não atinge o consumo máximo de oxigênio, o mesmo passa a ser considerado como o VO2 pico, definido como o consumo mais alto de oxigênio obtido pelo examinando durante o exame. Neste último caso, o término do exercício é devido a sintomas que não já não foram toleradas pelo indivíduo, tais como cansaço intenso em membros inferiores, dor muscular e/ou dispnéia.
O VO2 pico é a variável mais importante na avaliação da capacidade funcional de indivíduos normais e de atletas. Nos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) seu valor prognóstico é indiscutível, sendo um preditor importante para eventos, tais como sobrevida e óbito. Além do mais fornece um dado importante na seleção de pacientes para transplante cardíaco e influenciando também a diminuição do custo do transplante,dado este muito importante na economia das verbas de saúde, principalmente naquelas dos países com menos recursos. Seu valor prognóstico torna-se maior, ao ajustar-se seu valor com a massa corporal magra, especialmente nas mulheres e nos pacientes obesos. Sabe-se hoje que não só o consumo máximo de oxigênio, mas a utilização de múltiplas variáveis pode predizer os eventos, sobrevida e número de internações nos pacientes com insuficiência cardíaca.
O aumento da ventilação depende do consumo de oxigênio e da produção do dióxido de carbono, aumentando de forma linear até o limiar anaeróbio. Esse limiar corresponde a 50% a 70% do VO2 máximo, e é definido como o nível de intensidade de trabalho em que a musculatura esquelética forma, através do metabolismo anaeróbio, uma maior quantidade de ácido lático, devido provavelmente ao resultado de recrutamento de fibras brancas. Dessa forma o sistema cardiovascular não consegue suprir de forma totalmente aeróbia a elevação das demandas de oxigênio dos tecidos. Ele pode ser também definido como o maior consumo de oxigênio que pode ser mantido durante o exercício prolongado sem o acúmulo de ácido lático, delimitando portanto, a transição entre um exercício moderado e exercício intenso. Nessa fase, os sintomas de dispnéia e fadiga muscular são perfeitamente tolerados.
A ergoespirometria também é uma metodologia importante na diferenciação da dispnéia de origem cardíaca e/ou pulmonar, principalmente naquelas em que há dissociação entre os sintomas de dispnéia e os resultados de provas de função pulmonar, ou mesmo naqueles casos em que as provas de função pulmonar de repouso não ajudam na elucidação da origem da dispnéia. Ela é também importante quando suspeita-se que a dispnéia tem como origem fatores diversos, tais como psiquiátricos, sedentarismo físico ou mesmo falta de motivação do próprio paciente.
Desta forma ela parece discriminar melhor os pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica em relação a carga de trabalho, principalmente naqueles em que há predominância de obstrução leve ou moderada, revelada pela prova de função pulmonar.
